terça-feira, 1 de março de 2016

Jabutis em árvores (parte 1)

Jabutis em árvores (parte 1) 
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Quando um jabuti fica aprisionado, imobilizado e impedido de prosseguir seu caminho, travado em sua trilha por uma tora sobre a sua carapaça. Preso por uma arvore caída, enquanto prosseguia em sua lenta marcha. Quando um jabuti é acometido por uma queda de uma árvore, que caia sobre o seu corpo impedindo seu deslocamento, o jabuti tem consciência, discernimento e paciência para esperar uma oportunidade de libertação.
Mas quando um jabuti é encontrado em cima de um galho de uma árvore, duvidas surgirão para uma tentativa de explicação. Há apenas uma certeza, o jabuti não subiu sozinho na árvore, alguém o colocou lá. O comportamento e as habilidades de um jabuti não facilitam as escaladas em árvores.
Terminada a Copa, só resta agora descobrir onde estão os jabutis e as lebres. Quem tem a velocidade necessária, e quem tem uma lentidão necessária. Habilidades e ocupações. Quando é necessário ser ligeiro como uma lebre, e quando se torna necessário ser paciente e lento como um jabuti. Enquanto a lebre tem velocidade e foco para atingir um objetivo ou um alvo, o jabuti tem o privilegio de acompanhar a trajetória da lebre e observar as suas falhas. Acompanhar seus movimentos, seus melhores e piores desempenhos em retas e curvas, em declives e aclives. Quando seria melhor avançar, recuar ou descansar.
A Alemanha antes da Segunda Guerra esteve em águas territoriais brasileiras e afundou alguns navios brasileiros. Atacou, deu os primeiros tiros, afundou navios e no final perdeu a guerra. Em 2014 esteve em estádios no Brasil e afundou algumas esquadras. A Alemanha sobreviveu à guerras, foi dividida, pagou dividas cobradas pelos vencedores das guerras, e com paciência ressuscitou das cinzas e dos escombros. Reunificou-se e reergueu-se proporcionando qualidade de vida à sua população, mesmo com uma rendição.  
A próxima Copa do Mundo em 2018 acontecera em um país que viveu os cenários de uma guerra. Um país que aproveitou seu inverno para vencer invasores. Soube usar seu terreno e suas intempéries para observar o inimigo e aguardar sua própria derrota, por fome e por frio. Com sua falta de planejamento. A Europa foi palco de guerras. Viveu dificuldades e soube aproveitar as oportunidades. Transformou suas guerras e batalhas em conhecimento.
A literatura infantil mostrou uma corrida entre a lebre e o jabuti. E crianças desde cedo brincam de pique e coridas, esconder e achar, disputando o primeiro lugar. As olimpíadas que acontecem em períodos entre guerras, desafiam povos e competidores, a vencer e ganhar. Obter a honra de ganhar uma medalha. E que seja uma medalha de ouro, de prata ou de bronze. Não há medalha ou lugar no pódio para quem termina em quarto lugar. 
Comandantes não correm ao comando de avançar. O comandante da uma ordem ao corneteiro para tocar o toque de avançar; e observa o desempenho da tropa. Dependendo de seus objetivos, manda recuar ou avançar, com apoio de outras tropas, outros pelotões, ou outros batalhões, com baterias das cavalarias e artilharias. 
E da mesma forma que os comandantes no campo de batalha, se comportam os técnicos de futebol (Coach). Posicionam-se em sua casamata à beira do campo. Controlam e comandam o time, de fora do campo, observando, analisando, ajustando, substituindo e fazendo as modificações necessárias. 
O mundo gira, tal como uma bola. Os primeiros petardos e armas de mão foram esféricos, em formas de bola. Balas e bolas em campos de batalhas. Bolas em campos gramados. O planeta gira e tem uma forma de bola. Povos se divertem e brigam com bolas. Disputas são feitas com uma bola. Bolas pesadas na luta armada, na guerra em campo minado. Bolas coladas no campo gramado. Contingentes morrem por ebola e embolias. Muitos em parte desta guerra usam bolas e colas.   
Entre Natal e Parnamirim/RN ─  13/07/2014       
Texto produzido para:  Jornal de HOJE – Natal/RN  

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